Alunos do Liceu aprenderam e se encantaram com as maquetes |
Na tarde de terça-feira (24/04), alunos
do ensino fundamental da Escola Municipal Liceu de Artes Mestre Raimundo
Cardoso, no Paracuri, em Icoaraci, se reuniram curiosos para admirar pedaços da
história de Belém transformados em miniaturas. A escola foi a primeira a ser
beneficiada com o projeto “A Era de Ferro”, iniciativa do grupo RBA, com
patrocínio da Vale e apoio do Museu da Universidade Federal do Pará (Mufpa). O
objetivo do projeto é simples: despertar na população a consciência de que, a
nossa volta, estão fragmentos da história da nossa cidade que merecem e devem
ser preservados.
Através de maquetes, encartadas todas
as quintas-feiras no DIÁRIO, construções históricas do final do século XIX e
início do XX podem ser reconstruídas por qualquer um, basta ter à mão tesoura,
cola e seguir as orientações. Prédios imponentes, como o Galpão da CDP
(Companhia Docas do Pará) e o Teatro Gasômetro, que virá na edição de amanhã,
são representados em maquetes que cabem na palma da mão. As maquetes-modelo
foram pensadas e produzidas por alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo da
Unama e da UFPA. Todas elas obedecem as proporções reais dos monumentos e
preservam seus pequenos detalhes.
Para Paulo Souza, representante da
Secretaria Municipal de Educação (Semec), a ideia de se apropriar do projeto
visa garantir que os alunos conheçam a importância de manter preservados estes
monumentos. “A educação patrimonial é importante porque muitas vezes as pessoas
depredam, sujam estes monumentos porque não conhecem suas histórias. Através do
projeto, nós conseguimos repassar informações e resgatar essa memória, assim
mantemos o patrimônio da cidade preservado”, afirma. Outras nove escolas
públicas também deverão ter um dia para conhecer o projeto.
Denilson Erik de Souza, 7 anos,
estudante da segunda série, afirma que o monumento que mais gostou foi o relógio
de ferro do Ver-o-Peso. “Eu nunca tinha visto antes, mas achei ele bonito”,
afirma o garoto que se encantou com a bússola que ornamenta o topo da torre do
relógio. Já Marcos Paulo Damasceno, 11 anos, da quarta série, gostou mesmo foi
do mercado de carne, o mesmo prédio que Emily Nair Lobo, 9 anos, havia acabado
de montar com as colegas da terceira série. “Eu gostei mais desse. Ele é todo
lindo”,opina a estudante enquanto cola uma das laterais da pequena Estação
Gasômetro. O Liceu de Artes foi a primeira escola a ser beneficiada com o
projeto porque já desenvolve um trabalho contínuo de preservação da memória e
resgate da identidade da comunidade do entorno, formada na maioria por famílias
que ainda trabalham artesanalmente com cerâmica marajoara. Para Janice Shirley
Souza, diretora da escola, o projeto é importante para que os alunos sintam que
pertencem a uma realidade maior. “Os alunos precisam conhecer esses prédios
porque eles estão inseridos no nosso espaço urbano e ajudam a compreender nossa
história. Isso é fundamental para que eles também se sintam motivados a
preservá-los”, diz a diretora.
As construções da Era do Ferro são
retratos de uma Belém que crescia com o "boom" econômico da região
motivado pelo comércio da borracha. Nessa época, conhecida como Belle Époque, a
cidade foi remodelada de acordo com a Revolução Industrial, seguindo os padrões
das modernizações ocorridas nas cidades europeias no século XIX. O ferro era o
principal material utilizado. Nos moldes da Torre Eiffel, de Paris, muitas
construções de Belém do mesmo período foram feitas a base de ferro, como o
reservatório de água de São Brás.
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